VALORAÇÃO DE RESÍDUOS DE ORIGEM ANIMAL: ESTUDO DE CASO EM UMA CASA DE CARNES DO CAPÃO DO LEÃO, RS

Autores

  • Fernanda Medeiros Gonçalves Universidade Federal de Pelotas
  • Sharon Santos Lilge
  • Alice Pereira Lourenson
  • Marciele Antunes Caetano

Resumo

O crescente desenvolvimento tecnológico causou um aumento significativo na geração de resíduos, em suas mais variadas formas, que necessitam de acondicionamento, transporte e disposição final específico para cada classe de material. No caso do processamento de produtos de origem animal, a fração de resíduos merece atenção das autoridades de vigilância sanitária e ambiental. Por se tratar de matéria orgânica facilmente putrescível, estes resíduos propiciam o desenvolvimento de microorganismos e possuem potencial de atração de vetores de doenças como insetos, roedores e aves. A legislação é permissiva quanto ao descarte de volumes pequenos de resíduos de origem animal como carcaças, peças anatômicas, vísceras e ossadas, diretamente em lixões ou aterros, sendo descartados sem controle sanitário e misturados ao lixo comum. Assim sendo, objetivou-se avaliar o gerenciamento de resíduos de origem animal em uma casa de carnes no município de Capão do Leão.O estudo de caso foi realizado em uma casa de carnes no  município de Capão do Leão (RS) durante 12 dias, onde foi realizada uma entrevista direcionada a proprietária do estabelecimento, segregação e quantificação dos resíduos de origem animal e observação in loco das atividades relacionadas ao processamento dos produtos de origem animal comercializados. Os resultados obtidos da entrevista foram comparados a legislação ambiental vigente, de acordo com as estratificações (municipal, estadual e federal). Os dados referentes a quantificação dos resíduos de origem animal, durante uma semana, foram planilhados e analisados por estatística descritiva básica. Ossos e gorduras foram os únicos resíduos de origem animal gerados no local, sendo segregados e acondicionados em câmera de congelamento até o momento da coletapor uma empresa de processamento de alimentos. O estabelecimento recebe em média R$ 35,00 por mês com a comercialização dos resíduos, implicando em renda e responsabilidade ambiental. É notável a importância de valorizar os resíduos de origem animal, e através desse trabalho percebe-se que a responsabilidade de cuidar do meio ambiente já é uma preocupação real nos dias atuais também para a casa de carnes objeto do estudo. Mesmo com a legislação não exigindo um plano de gerenciamento, o estabelecimento adota práticas que contribuem para a qualidade ambiental do município. A destinação de resíduos de origem animal para fabricação de farinhas contribui para o desenvolvimento econômico e social sem prejudicar o meio ambiente.

Palavras-chave: PGRS, vigilância sanitária, putrefação.

Publicado

2018-06-11

Edição

Seção

CIDADE BEM TRATADA