VALORIZAÇÃO DO REJEITO DE CARVÃO: PRODUÇÃO DE COAGULANTE FÉRRICO A PARTIR DA LIXIVIAÇÃO DE CONCENTRADO DE PIRITA – VIA CRISTALIZAÇÃO DE SULFATO FERROSO

Autores

  • Pedro Ivo Chitolina Villetti UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL - UFRGS
  • Ivo André Homrich Schneider UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL - UFRGS
  • Fabrício Abella Lopes UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL - UFRGS

Resumo

O carvão mineral ainda ocupa um lugar de destaque na matriz energética mundial. Contudo, seu processo de beneficiamento gera grandes quantidades de rejeitos, os quais contêm diversos minerais, entre eles a pirita (sulfeto de ferro - FeS2). A pirita, na presença de água e oxigênio se oxida, gerando a drenagem ácida de minas (DAM), um efluente altamente poluidor capaz de impactar drasticamente o solo e os recursos hídricos. As técnicas conhecidas como “fim-de-tubo” já não são consideradas as mais adequadas. Baseado nos princípios de produção mais limpa, é possível, concomitantemente, minimizar a geração de DAM e agregar valor aos rejeitos de carvão. Assim, este trabalho teve como objetivo produzir um coagulante férrico a partir de lixiviado de concentrados de pirita da mineração de carvão. A parte experimental foi realizada a partir de um reator de leito empacotado em planta-piloto e envolveu as etapas: produção de um lixiviado férrico, conversão do lixiviado férrico em ferroso, precipitação do Fe2+ e do sulfato na forma de cristais de sulfato ferroso heptahidratado. Ainda, os cristais de sulfato ferroso foram empregados na elaboração de um coagulante férrico através da oxidação deste sulfato ferroso na adição de ácido sulfúrico e peróxido de hidrogênio. Desta maneira, foi possível cristalizar um mineral bastante puro, contendo menos de 1% de impurezas (padrão analítico comercial), produzindo um coagulante eficiente para o tratamento de água para fins de abastecimento público, bem como valorizando um resíduo da mineração de carvão. 

Publicado

2016-06-17